domingo, 1 de maio de 2011

Descrescer, mas não descrer...

Lá se foram dois meses desde a última postagem, coincidência ou não, exatos dois meses.

Nela falei sobre crescimento e, nesses dois meses que a sucederam, eu só fiz descrescer. Diminuí, não em tamanho, porque isso é praticamente impossível, mas em valores, em conquistas, em cumprimento de metas, em outras n’s coisas. Isso poderia ser mais lamentável se eu não tivesse plena consciência. Poderia ser mais perigoso se eu não admitisse. Seria mais errado se eu não estivesse tentando crescer. Seria mais patético se eu escondesse. Mas não deixa de ser triste, porque a verdade, quando vem à tona depois de um mundo de mentiras, dói. E crescer também. E acordar para um novo dia, sabendo-se da verdade, também não é fácil.

Talvez, de tudo o que há na vida, o mais fácil e simples seja ser feliz, quando é isso que você decide ser.

Estudar não é fácil, é preciso.

Trabalhar não é fácil, é necessário.

Comprar até é fácil, mas pagar é difícil.

Ter amigos é bom, mas administrar o tempo...

Relacionar-se também é bom, mas se entender nem sempre é fácil.

Lutar não é fácil, sobretudo, quando não se sabe a causa, nem quando o inimigo é seu ego. E pior ainda quando não se conhece nem a si, nem ao ego.

Lutamos tanto contra nossos vícios. Concentramo-nos tanto em não cometer os mesmos erros, e aí cometemos outros, perdendo a essência e, talvez, o essencial.

Em certos momentos, não se deve ir em direção alguma, pois qualquer uma delas parecerá a escolha errada. Então, fica-se um tempo a mais, sem deixar que o mais se torne o mínimo que se pode fazer.

Meu mestre ainda é o tempo. Ele tem me ensinado a ser paciente nestes dias feitos de pressa. Tem me mostrado que o passado pode ser simultaneamente motivo de orgulho e vergonha, de dor e alegria, de saudade e arrependimento. Se no presente vivermos tudo ao mesmo tempo, da mesma forma o reviveremos quando visitarmos o passado. E o futuro, do mesmo modo, será repleto de contraditórias sensações habitando o mesmo espaço: entre o coração e a razão.

Não é conformismo, é uma forma simples de aceitar que a complexidade faz parte da existência de todos, inclusive dos que optam pela felicidade.

Esse mesmo tempo - que me ensina a ser paciente - não perdoa a minha falta de urgência: envelhecer sem crescer é uma escolha. Essa parada frente à encruzilhada pode custar o tempo que nos faltará para viver a direção escolhida.